De cara, assumo que nunca fui com a cara do Violins. O primeiro CD, Wake Up and Dream, foi totalmente cantado em inglês, exibindo influências de gente como Radiohead, Muse e Sunny Day Real Estate. Por esse tempo os vi ao vivo, e só me pareceu mais uma banda saqueando o repertório de riffs da turma de Thom Yorke. Deixei pra lá e fui beber a minha cerveja. E a banda seguiu em frente. Aurora Prisma, o segundo álbum, radicalizou na mudança. Saia de cena o inglês e o barulho dando lugar a língua pátria acompanhada de melodias leves. No entanto, apesar da coragem da banda em mudar de rumo, o som que parecia buscar inspiração em Coldplay e no lado suave do Radiohead lembrava muito Clube da Esquina no resultado final. Nada contra, mas mesmo em baladas rock é preciso ter culhão para se fazer as coisas valerem a pena. Tem que se mostrar “a” alma. A título de exemplo, é isso que diferencia The Killing Moon de In My Place: alma. Novamente não dei atenção ao Violins. Grandes Infiéis, o terceiro álbum da banda, lançado novamente pela Monstro Discos, no entanto, clama por atenção. Uma audição das doze faixas já deixa o ouvinte confuso, seja ele fã da banda ou alguém que não dava a mínima atenção ao quinteto. O Violins novamente muda de rumo e preenche o CD com doses violentas de guitarradas, bateria pesada marcando o ritmo e fazendo variações, baixo forte e, sobre tudo isso, o bom vocal de Beto Cupertino desfilando as melhores letras do rock nacional em muito, muito tempo. por Marcelo Costa - www.screamyell.com.br |
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